INEVITÁVEL MORTE

Eu vivo a morte

caminho para ela sem pensar

há quem me conforte

até o lado de lá.

Sou, hoje, a sua gestão,

amanhã me comandará

não aceitará um não

apenas me desligará.

A morte que vivo

é a vida que morro

a tua face, cativo,

não a verei de novo.

Se morro eu vivo

se vivo morrendo´

só retardo altivo

e nela vou vivendo.

Enterro o desconhecido

vejo a terra o cobrir

a ele não é percebido

nem há motivo para ouvir.

Desvio o seu anjo

da minha direção

saúde esbanjo

ao elevar minha mão.

É inevitável o fim,

nascer é opção

mas depois quem cuida de mim,

senão a escuridão?

Seus agentes são muitos

mas também uns poucos são

rara gente, raros fluidos,

rara para mim é esta visão.

Cumpri um mandamento,

entoei uma triste canção

que eleva o pensamento

e purifica o coração.

Vi o caixão dela, o conduzi,

rezei até a sua cova

a oração eu traduzi,

amanhã é lua nova.

Espero estar no livro da vida boa,

e mais este ano, mais oportunidade,

viver aqui sem permanecer a tôa,

mas podemos sentir a saudade.

É certo que ela vem

trata-se apenas de quando,

mas uma coisa nos convém,

viver a vida e a morte sonhando.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 08/10/2010
Código do texto: T2545432
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