Estrago
Uma noite fria e cinzenta
E o meu coração esbugalhado
Em olhos de vidro derretidos
Num oceano de dor.
Predestinada era a angústia
Que viveria esse coração podre
Que morreria por um pobre mortal
E congelaria numa noite negra.
Inútil esse meu coração
Está implorando por algo impossivel,
Migalhas de um amor inexistente...
Esse coração estúpido merece sofrer,
E morrer apagado, fuzilado pelos mesmos olhos
Que como uma bola de canhão
Atravessaram o meu peito,
E tiraram tudo do lugar,
Deixando como marca esse corpo esvaído
Morrendo numa poça de dor,
Afogado nas próprias amarguras
De um buraco escuro e vazio,
Nesse peito mutilado pelos teus olhos cortantes.