ESCULTURA DE MÁRMORE

Acho que você acredita

Que brigar comigo

Traz-me alguma alegria

Mas já nem é mais um castigo

Pois, minha face enrijecida

Não demonstra mais emoção

Além da que foi esculpida

Pelo talento da solidão

Essa solidão mórbida e desalmada

Que eu vivo acompanhada

E você tenta em vão recuperar

A luz que acendia em meu olhar

No descasamento afetivo

A mulher perde a ilusão

Falar de amor fica sem sentido

E o sexo pede a razão

Já nem sei se minha indiferença

É o que mais lhe afeta

Ou se é a minha descrença

Que a seu ego marreta

E vive a julgar a minha lerdeza

Mal vê que não passa de tristeza

Quanto mais exaltares a sua “árvore”

Mais esculpirás a minha cara de mármore

Você não me assusta mais quando vai

Nem me surpreende quando volta

Mas sua face ainda se contrai

Ao perceber que já não mai me importa

E tenta me reconquistar no grito

Como se sua voz alta

Ainda mexesse comigo

Se já nem sinto mais sua falta

Aléssya
Enviado por Aléssya em 30/05/2010
Código do texto: T2288638
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