Ultimato
O orvalho sagrado que goteja de meus versos ensangüentados,
O ruído das páginas de meus últimos dias
Folheadas pelas mãos do Incognoscível;
Eu sinto os últimos grãos de areia da ampulheta de meu ser
despencarem dentro de minha alma...
Não há como retroceder,
Os sons dos sinos da capela do Desconhecido chamam pelo meu nome,
O último ultimato,
A respiração acelerada dos olhos,
O fulgor da estrela que fui transformou-se em um buraco negro autófago,
Olhando invólucros espectrais pela fresta de minha consciência,
Enquanto bebo os últimos goles de minha própria essência paradoxal.