Noite Real

Todos em suas luas

Brilhantes, redondas, vultosas.

Acomodam-se quadradas e obscuramente em seu leito

Clamando tamanha angustia na prece noturna

Tendo de boçal a convicção

Que a boêmia junto à tontura não trazem o acalento

Onde não vos traz a paz obtida, sabe-se lá como.

Enterrando cada vez mais seus corpos ao chão

Decretando sua inevitável transmutação

Decompondo-se em período vivo

Fazendo o nascer, um momento abortivo.

E os seus restos, coitado deles.

Andam sem rumo, pelo viandante verme.

Que o devorou, e sorri feliz em sua caminhada.

Autor: Álvaro França