Uma Isabela - que bela!
Não é assim que teria dito Alan Poe?
Isabela
Os olhos estatelados e apavorados
Iluminam a escuridão do quarto.
Pai e madrasta mancomunados
Não a viram bela em seu parto.
Conduzem a filha desfalecida,
Examinam a janela entreaberta.
E, a uma boneca inerte mas, com vida,
Com uma tesoura abreviam a morte certa.
Frios ventos perpassam o edifício.
Nuvens negras e opressivas amontoam-se no céu
Prontas a celebrar o sacrifício.
E ela, a boneca que jogada,
Sobe além das nuvens desprezada
Pelos monstros que riem – sem sorrir jamais!
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