A Pique
As velas estão rasgadas!
A procela nos tem tragado!
Dizem todos os tripulantes
Desse barco de mãos descontroladas,
Nesse mar nunca desbravado,
Pois, por ele foram tragados os d'antes.
Já perdem as forças
Os quantos não sei contar:
Desistem e entregam
A fraca nau às bravas ondas;
Se atiram ao'scuro mar,
Que os açoita e nos ares os lança.
Se despedaça a jovem nau,
Como se nunca houvesse existido...
E, satisfeito, o mar se acalma,
Saciado pelo manjar de pau,
Tendo a toda a tripulação destruído
E matado esta jovem alma.