Dos meus medos

Tenho medo

de uma dia fugir

não deixar rastros

e meus passos

pra tão longe me levem

que de mim se afastem.

Medo da violência gratuita

nas esquinas sem quinas.

Dos carrascos da sorte

que, de assalto, tomam a vida.

Medo de olhar nos teus olhos

e não ver oceanos

nem prata da lua

ou sóis de verão.

De não colher saudade

medo de não ser saudade

no cheiro da maré vazante.

Tenho medo de que a esperança se afaste

e a poesia não mais floresça

nas tardes.

FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 16/02/2010
Código do texto: T2089573
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