Prisioneiro da derrota
O espírito está sereno em chamas flamejantes.
O amor permanece degradado pelo sol;
Quem poderia ouvir meus brados distantes,
Enquanto que sucumbia à cada átomo e mol.
É lastimável saber que o sonho acabou
E que ele era impossível de tornar-se real!
Nem mesmo os caminhos que você beijou,
Foram iluminados pela aurora boreal.
Séculos se sucedem na solidão de todo dia,
E o desconforto da miséria progride...
Existe alguma semente nesta área vazia?
Não! só há a vaguidão que me agride.
O doce saber da bebida dos Deuses
Jamais chegará ao meu lábio seco.
Mesmo carregando a dor e a cruz dos meses,
Fui renegado pela luz e jogado num escuro beco.
Vasculhei por um cancelamento desse pensamento imutável,
Conduzi meu ser na mais íntima inexistência.
Errei! – e a proporção do arrependimento é inimaginável...
Tentei resistir, mas fui vencido pela dolência!
Quando olho para o céu de agora,
Percebo que estou além do que qualquer um já sentiu.
Mas desejo ir mais longe, ir embora,
Esquecer que um dia fui alguém que existiu!
01/12/2005