Prisioneiro da derrota

O espírito está sereno em chamas flamejantes.

O amor permanece degradado pelo sol;

Quem poderia ouvir meus brados distantes,

Enquanto que sucumbia à cada átomo e mol.

É lastimável saber que o sonho acabou

E que ele era impossível de tornar-se real!

Nem mesmo os caminhos que você beijou,

Foram iluminados pela aurora boreal.

Séculos se sucedem na solidão de todo dia,

E o desconforto da miséria progride...

Existe alguma semente nesta área vazia?

Não! só há a vaguidão que me agride.

O doce saber da bebida dos Deuses

Jamais chegará ao meu lábio seco.

Mesmo carregando a dor e a cruz dos meses,

Fui renegado pela luz e jogado num escuro beco.

Vasculhei por um cancelamento desse pensamento imutável,

Conduzi meu ser na mais íntima inexistência.

Errei! – e a proporção do arrependimento é inimaginável...

Tentei resistir, mas fui vencido pela dolência!

Quando olho para o céu de agora,

Percebo que estou além do que qualquer um já sentiu.

Mas desejo ir mais longe, ir embora,

Esquecer que um dia fui alguém que existiu!

01/12/2005

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 30/01/2010
Código do texto: T2060382
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