Adeus!

- Se faça a luz! Disse, então, Deus.

E, logo a Terra já se fez um porto;

- Já não te amo! - disse ela - Adeus!

E o mar sombrio sepultava o morto...

Ia cadente, pela noite fria,

Quebrava a vaga a lhe beijar o leito:

- O beijo - o verme que na boca esfria!

- O frio - o manto que lhe cobre o peito!

Ia cadente, pelo mar sanhudo,

E mesmo morto, sorridente ia;

- Oh marinheiro - tens o corpo escuso!

- Oh pegureiro - guia est´alma, guia!

Ah que tragédia! Em plena mocidade,

Mancebo infame pelo mar vogava!

Já que na terra não deixou saudade´

Sua alma triste, então ao céu voava!