Seguindo...

Vou desmoronar

Com tamanha vastidão

Meu peito é deserto frio

Sem oásis

Ou compaixão

Sigo nele

Pois ele habita em mim

_E tu, como seguiste?_

Por esse horizonte infinito

Sou semblante triste

Ah! Quem dera meu Deus

Que desse firmamento

Nascesse uma chuva milagrosa

Pra lavar minha alma

Com esquecimento

Mas nem o céu me consola

Teu rosto vem

E outra lágrima rola

Tua imagem na foto

É minha esmola

O vento desfaz as folhas

E me arranca da tua lembrança

E tudo voa no ar

Num sopro

Numa dança

Também tenho breves minutos de paz

Minuto esse tão perfeito!

Até lembrar o gesto que teu lábio faz

Então retomo o caminho

O Destino aceito!

O tempo passa

Mas não o esquecimento

Uma vida inteira de amor

Desencontros

E de arrependimento

Vou seguindo, seguindo...

Nesse tapete volúvel do tempo

Às vezes feliz

Às vezes só fingindo

Outras, me iludindo

Até o triste dia

Do suspiro derradeiro

Quando o último olhar de esperança

Achar seu túmulo

Às sombras do salgueiro