Delírio
Me atirei do penhasco,
Afim de me livrar...
E no êxtase da queda abri minhas asas e voei.
Mais alto do que poderia imaginar
E vi tudo mudar.
Alcei vôos inimagináveis,
Alcancei lugares impossíveis
Viajei em uma espaçonave imaginaria
Entre os delirantes fogos assassinos
de sonhos,almas e sorrisos.
Não acreditaria se lhe contasse
Tenho sete vidas
E em cada uma aprendi algo diferente
Me tornei imortal perante a minha dor.
Impossível, surreal, inacreditável.
Como o conto do dragão na garagem
Só acredito se puder ver.
Portanto agora que não te toco, não te vejo.
Não sei se existiu, ou se simplesmente te perdi.
Mas como todo conto,
Um ponto final há de existir.
Talvez o meu seja em um manicômio
Ou simplesmente eu acorde
e perceba que não passou de uma noite difícil
de um sonho que durou anos a fio,
um coma.
Brindamos com taças de cristal
O encontro divino de nossos lábios,
E a sua transparência,
E ao seu amor fingido,
E a minha dor eterna.
E ao seu abandono...