Lutero

Não penso mais em pagar promessa

os raios caem em qualquer lugar

esta dieta amarga vai me matar

olho pro céu, quem me levará

Ele transpôe os montes

só não sabia com essa dor

seria agora a hora eterna

em me entregar fingindo amor

Ele, tesouro escondido

que eu homem encontrei

é mais valioso ser protegido

que na Angra que é de falsos Reis pranteei

somos tão frágeis me pegue pela mão

não preciso pagar

tu me eleva e me guarda

também estaria lá

E se tivesse também tanto faz

se o preço pago por meu crime

é o que respiro todo dia

transborda, é noite, agonia

Madeira, rocha, enxurrada

sepultaram meu feliz dia

que não era meu

era dos Reis

Vamos pegar meu barco

fujir pra outro lado

o mar quem sabe

aliviará o peso

da água que caiu do céu

da Angra dos Reis

Mas o pior está pra chegar

A energia não é limpa

sem ter pra onde fugir

os montes estarão salvos

dos homens nucleares

No castelo forte

irei morar

...continuação interativa da Cássia da Rovare***

Luto éter

dragão aterra

soterra

é despedida sem adeus

sem até mais.

É lamento dos sonhos

é reis sem coroas

angra, angar de pétalas

sobre túmulos

chora o poeta.

Não há promessas

não há respostas

silência o coração

diante do enlutado

verão.