Insônia
À noite, quando me deito,
Logo me ponho a pensar,
Na dor que trago em meu peito,
Por não te poder amar.
Sem teu corpo tão macio
Ao meu lado nesta cama,
Escuto um som do vazio,
É tua voz que me chama.
É a voz de uma saudade,
Que nunca quer ir embora,
Não sei se é pura maldade
Ou se não chegou a hora.
De manhã quando levanto,
Sinto que não dormi bem,
Lembrando dos pesadelos,
Sonhando com quem não vem,
E escorrem pelos meus dedos
Os cabelos de ninguém!
Pobre de mim sem consolo,
vivo neste emaranhado,
Tristonho, que nem um tolo,
Por um amor do passado!