Maldições do Acaso

Ó amargor, deixe-me em paz!

De rubro olhar funéreo

Prestes a lançar-me nos umbrais

Infinitos do terror etéreo.

Ó amargor, deixe-me em paz!

Plangente sonho recôndito,

Tu vieste tão silente

Carregando um sinal maldito

Que representa o Pesar vigente,

Plangente sonho recôndito.

Absconso e explicitamente brumoso,

Assim é meu coração em chagas

Obrigado a experimentar o trevoso

Sabor de desilusões aziagas.

Absconso e explicitamente brumoso.

Nas nuvens um raio surgiu

Anunciando o nascimento da tragédia.

Alguém acaso viu

Que durante a Idade Média

Nas nuvens um raio surgiu?

O amor foi feito por vós

Criaturas aladas do céu?

Foi um presente de algum algoz

Que ousou perpetuar o fel?

O amor foi feito por vós?

Meu legado será apenas um ataúde

Propenso a ruína.

Dissolva-se, portanto, minha saúde

Na imprevisível sina.

Meu legado será apenas um ataúde.

Setembro/2007

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 25/11/2009
Código do texto: T1943208
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