fonte imagem:http://www.atilak.com/visioni/dipinti/ira.JPG


O GRITO DA IRA

Na assimetria do mosaico de meus pedaços,
uma parada, uma pausa para um tropeço.
Marcas da desordem de meus passos,
que transformam o rumo das estrelas.
O brilho da lua não me acaricia,
mas faz reinar, em mim, o meu cansaço.
E na noite fria, o grito da ira se escoa,
como fel na boca dos malditos,
como o som do eco de um fio de metal,
invadindo a fresta da janela entreaberta,
surrando meu corpo de forma brutal.
Estilhaços de minha alma se espalham,
como cacos de vidros quebrados pelo chão, 
e minha boca se enche de formiga,
fazendo-me vomitar palavras de baixo calão.