Corpo Vazio
Minha alma morreu!
Será que na Geena ela foi incinerada
Ou subiu para o Eliseu
Onde poderia ser purificada?
Desde esse dia
Nunca mais chorei.
Resguardei-me na úmbria
Solidão e aí permanecerei
– Feito um fantasma umbrífero –
Esperando o verdadeiro fim,
O genuíno e mortífero
Aniquilamento do que restou de mim.
Sou o resultado da unção
Entre Vazio e Insensibilidade
E da separação
Do coração ante a felicidade.
Sigo um séqüito de virgens mortas
Dispostas a darem algum esplendor.
Elas desfilam pelas pesadas portas
Onde nunca bateu o amor...
Mas de amor não há o que falar
(É com a luz do sol para um cego).
Então hei de me abismar
Ainda mais fundo no vácuo que carrego!
(2007)