Corpo Vazio

Minha alma morreu!

Será que na Geena ela foi incinerada

Ou subiu para o Eliseu

Onde poderia ser purificada?

Desde esse dia

Nunca mais chorei.

Resguardei-me na úmbria

Solidão e aí permanecerei

– Feito um fantasma umbrífero –

Esperando o verdadeiro fim,

O genuíno e mortífero

Aniquilamento do que restou de mim.

Sou o resultado da unção

Entre Vazio e Insensibilidade

E da separação

Do coração ante a felicidade.

Sigo um séqüito de virgens mortas

Dispostas a darem algum esplendor.

Elas desfilam pelas pesadas portas

Onde nunca bateu o amor...

Mas de amor não há o que falar

(É com a luz do sol para um cego).

Então hei de me abismar

Ainda mais fundo no vácuo que carrego!

(2007)

Marcell Diniz
Enviado por Marcell Diniz em 06/10/2009
Reeditado em 23/10/2009
Código do texto: T1850776
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