Foi para não errar, que eu errei.
De um lado para o outro, inquieta, reviro-me nos lençóis, o brisa sopra lá fora, eu não consigo dormir, janela entreaberta, lá fora o céu estrelado, em minha cabeça, um filme passa e repassa, momentos em que errei, trocando o certo pelo errado, o coração de culpa, esta apertado, e na calada da noite, aos poucos o corpo, tenta adormecer cansado.
Mas de tanto cansaço, o corpo enfadado, não adormece, e no decorrer da noite, reviro-me, de um lado para outro, e assim se passa a noite, lá fora, o brilho do céu iluminado pelas estrelas, aqui dentro o escuro de uma vida, que paga por um erro, o escuro do erro, que invade meu corpo, levando- me a errar novamente.
De um lado para outro, me revirando nos lençóis, as horas estão passando, minha mente turva, pesada, me perco no curto espaço, entre meu leito e a janela, da janela as estrelas, são apenas imaginação, e assim vou, da vida, não estou pedindo uma segunda chance, pois irei cometer o mesmo erro, sem entender por que a vida me da, apenas opção, e nunca razão.
Angustia aperta o peito, reviro-me de um lado para outro, não consigo, abro a porta, corro estrada a fora, sem destino, perdida, correndo na imensidão da terra, me chama atenção o brilha da lua, não só a mim, as estrelas também, todas disputam um lugar ao lado da lua, e então, me pergunto, por que errar novamente. Com todas as minhas forças, grito, como se falasse com a lua, e varias vezes, repito sem parar, onde foi que eu errei, porque errar novamente.
Suas promessas não cumpridas, são as causas das minhas feridas, meu coração não bate, é por que já não tenho mais coração, entre a terra e o céu, quero alcançar as estrelas, mais meus pés procuram chão firme. A culpa submerge em minha imaginação, não suporto tanta aflição, o corpo cansado, é mais uma vez, certo de que vou errar novamente… Decisão, medo, culpa desespero, enfim, consigo alcançar as estrelas e até a lua, meus pés e todo o resto, alcançam o chão… um corpo atirado no abismo, uma alma perdida, entre céu e terra, presa no enorme espaço do tempo, tempo de aflição, para não errar novamente, cometi o meu maior erro, agora me refaço a pergunta, por que eu não errei?
Daiane Garcia *eumesma
04 de julho de 2008