SOB SETE VÉUS
Eu conheci o inferno
e o diabo, ora estava de branco,
ora vestia o azul mais terno...
escondeu seus chifres em seringas
que penetravam as carnes impiedosamente.
Agulhas que faziam o sangue jorrar
e a dor escorrer em lágrimas,
vindas de olhos tristes e indefesos...
horas infindas tomando todo o espaço.
A ausência perene de um carinho,
aumentando todo aquele cansaço;
a indiferença transitória
tornando outros seres invulneráveis
enquanto outros definhavam
na carência inútil e contraditória...
eu conheci o inferno.
Entendi que o próximo é o mais distante;
que o verdadeiro amor só é bastante
quando é recíproco e derradeiro.
E o ensinamento sobre a bondade
não tem a menor validade
quando o limite do céu é o despenhadeiro.