Grito ao além
Pai, onde esta você.
Fui abandonado e faminto
sem dó e só,
beijando o negro asfalto.
Quero sair desse horror
mas não vejo saída...
Então choro a minha vida...
As lágrimas que descem dos meus olhos
lavando o pó sujo do meu destino,
que me levam as drogas...
Minhas mãos
nunca afagadas foram
recebem bofetadas que dói...
Quando apanho comidas
deixadas nas mesas dos botequins,
para variar das lixeiras e livra-me da forme...
Pai os políticos
só vêem-me como geradores de votos...
Nada fazem para tira-me do meio.
Os religiosos me tem como filho do pecado
Não é tudo...
Sou um detalhe pela ruas e praças da metrópole.
A sociedade e de consumo...
As instituições de filantrópicas importam-se
mas, fecham a portas quando as procuro...
Sou mais um filho do nada nesse muro de pedras
Pai quando fizer amor,
Use preservativo.
É bom não deixar nascer uma criança
para viver as adversidades do hoje
e sobreviver às aversões do amanhã...
Pai, as ruas e passeios frios...
Não acredite no sistema,
tira-me desta vida,
Onde sou renegado por tudo e todos...
Pai! Onde anda você?