Simples Rima
Minh’alma ama o odor da pestilência
A sombra incerta que vagueia impune
A escuridão que a toda luz resume
E encerra nossa vida na dormência.
Meu coração, maçado da vivencia
Que à funeral desgraça os tristes une,
Não mais tolera aquele antigo lume
Que a turba ignota traz em reverência.
Meus olhos, já fechados na latência,
Deleitam-se em notívago azedume,
Lembrando a tempestade que se assume
No meu interior... na minha essência.
Resta-me, então, somente a desistência
E esquecer que um pavoroso nume
Abandonou-me à sorte n’algum cume
De onde assisto à minha decadência