Tristeza de uma Alma
Ó, minha pobre alma!
Há quanto tempo tu esperas;
Sem jamais encontrar calma
Para fugir destas mazelas?
Quanto tempo mais nesta carne fria
Estarás contida e sem paz?
Esperando pelo fatal dia
Que a livrará desta dor voraz.
Neste mundo és massacrada
E não podes se defender;
Por fortes laços estás atada
Difícil é se mexer.
Te corrompes facilmente
neste mundo de ilusão,
E em ti está a semente
De toda a material podridão.
Tu te tornas a cada dia
Mais enferma, mais indócil;
Só a liberdade lhe traria
O remédio no devido cantil.
Ó, Minha doce Alma, seja forte!
Resista, com mansidão,
A este profundo corte
Que é chamado desilusão.