Beirada do Infinito
Sentada na beirada do infinito.
Presa pelo hipnotismo da vida.
Continua.
A alma transbordante de sonhos,
Os sonhos já infindos de esperança.
Inerte.
O rosto calmo, rosado.
Sorriso amplo,
Olhar macio.
Permanece.
Algo, então, passou.
Modificou o céu.
Emudeceu a terra.
Temerosa, não fugiu, não enfrentou.
Parou.
A escuridão, persistente, viu que
Os sonhos já morriam,
A vida sofria.
Congelada.
O seu rosto descoloriu,
Cinza, triste,
Só.
Da beirada do infinito ela caiu.
E continuou a cair
Até seu corpo o chão não encontrar.