Triste Aleluia

Qual chuva, que enobrece, inebria

Qual toque delicado de ternura;

Insensatez, qual esta chuva fria

Ao mesmo tempo, doce, quente e pura.

No cenário que se forma devagar

Se ouve no ar, um pranto a tocar;

Ouço alguém compondo uma Aleluia!

No pianoforte, simples a mostrar

Qual pranto de quem precisa chorar

É bela, a melodia: Aleluia!

Aleluia, Aleluia, Aleluia...

Na calma, que engrandece, eterniza

O som da doce chuva, grande rua.

Castelo, no teu grave, que enfatiza

A veludez desta melodia nua.

Sorrindo, mas ao cuoro enganar,

No magno sonho de enfrentar

A todos com sua bela Aleluia!

Num coração, triste a sonhar;

Ouvindo uma canção a embalar

Sonhando nesta linda Aleluia!

Aleluia, Aleluia, Aleluia...

Em sonho, cisne-ganso, em partida

Lhe faz escoar anjos de alvura;

Lhe vão, com belos anjos sua vida

E a chuva, uma vez, tão fria e pura.

Quando lhe segue, a vida a cantar

O pianoforte então a ordenar

O compasso da canção: Aleluia!

Um cuoro embalado, a finalizar;

No último agudo, a desafinar.

Lhe vai então a bela Aleluia!

Aleluia, Aleluia, Aleluia...