FILHA DE MARIA - II
Arrependido,
Choro ao entardecer
Ao lembrar de um lugar distante
Que há tempos me viu nascer.
Lá, onde todas as tardinhas,
Eu, feliz cantava para você!
Eram canções escolhidas, que faziam
Seu coração enternecer,
E, comovida, em doces carinhos
Para os meus braços correr.
Mas a procura da fama
Em busca dos sonhos meus,
Afastei-a tristonha e chorosa
E lhe pronunciei a palavra adeus.
Parti sentido, ferindo a mim mesmo,
Lutei, muito eu chorei,
Erroneamente que venci, eu achei.
Foram novos encantos, tantos amores,
Mas de você nunca esqueci
E não quero lhe contar agora
Na falsidade destes amores
O que passei, o que sofri!...
Eles só contribuíram para agravar
A tristeza e a loucura que cometi,
Comigo, com você, quando me despedi.
Hoje não sei o que faço
Para aliviar a minha alma sofredora
Porque estes novos amores
Abalaram-me o peito
Multiplicando as minhas dores.
Eu vivo hoje da feliz lembrança
De um amor criança, minha alegria!
Um século se passou,
Mas como a amo ainda,
Jovenzinha linda
Filha de Maria.