Poetas e amantes
Os poetas vivem de meros aplausos,
saudações do vento do norte,
seu sentimentos são tão vastos,
que encontram na morte, razão da sorte.
Palhaços de velhos risos,
intermináveis e doentes constantes,
sois poetas sem brilhos,
do menor fulgor, sois amantes!
Acaricia a dolorosa rima,
musa de tantos sonhos,
transforma este verso em menina,
faz meu poetar mais tristonho.
E lágrimas vagueiam por lá,
quadros de um outro Picasso,
pobre e pequena em se dar,
faço da arte, um nobre fracasso!
Quando sei que não posso mais,
as palavras temem me abandonar,
tornam-se cruéis nos meus ais,
secando tortura em me torturar!