Maldição da Lua
Olho a Lua, penso em ti.
Faço um pedido à estrela ao seu lado,
“Me faça esquecer”, eu desejo com fé.
Uma lágrima teima em querer cair, não deixo.
Meus lábios tremem, soluços entrecortados,
Ao meu lado a solidão, um vazio
Que me domina por inteiro,
Chega até a possuir meu coração.
A Lua sempre me faz sorrir
Mas agora eu entristeço,
O luar não ilumina mais o meu caminho, me perco.
Entorpeço e caio ao chão
Ninguém me junta,
Desejo aos anjos que ali estavam a me olhar
“Me façam esquecer”
Eles dizem não poderem ajudar.
Ali caída adormeço,
Um sono sem sonhos,
Ninguém me escuta, enlouqueço,
Grito, a garganta fica muda
Não há ninguém para pedir ajuda.
“Por favor, por favor” eu imploro
“Me façam esquecer”, angústia, culpa
Por certo vou enlouquecer.
Medo, tristeza, choro trancado
Boca calada, vida surda
Meu corpo não quer obedecer.
A Lua me castiga, “punição” ela grita
As estrelas iluminam minha face chorosa,
Desfaleço no solo úmido de orvalho,
O Sol não aparece, hoje ele não vem
E lá do céu a pálida Lua continua a gritar minha maldição.
Abro os olhos e a encaro
“Me faça esquecer” grito a ela,
As estrelas gargalham, “não tens fé suficiente, não é o que queres de verdade”, elas declaram
“Por favor, por favor” berro a elas,
“Tirem essa dor que sinto”, um tremor
A agonia chega e me ergue do chão
A angústia vem em seguida, acompanhada da desilusão.
“Por favor” eu declamo quase sem vida
“Me deixem esquecer”
A Lua sente piedade, eu estava quase a falecer,
As estrelas de tristeza se apagam
Os anjos sem poder choram.
Agora tudo está escuro, um silêncio, ninguém mais me amaldiçoa,
Somente o teu nome, que em minha mente ainda ecoa.