Dom da maldade
Depois daquele dia minha vida ficou vazia,
A alma ganhou tom negro,
Escurecido pela tristeza,
Essa megera enraivecida que me possui e atormenta.
Minha voz perdeu o tom,
Meu cabelo perdeu a cor,
Assim como meus olhos,
O brilho da vida apagou
Como uma luz que é desligada.
Tirou minha cor, roubou minha luz e apagou meu brilho,
Desligou meu coração,
E cerrou meus olhos com lágrimas de desilusão,
Emudeceu minha boca e calou minha respiração.
Porque não me cravou logo um punhal?
Eu teria sofrido menos
E a dor logo acabaria
Mas tu não conheces a piedade,
Tens o dom da eterna maldade.