Vira-lata
Largado ao vão
Latindo ao vento com a força que lhe resta
Passo a passo lamenta o cão
A vida que para muitos é uma festa
E a solidão essa desumana
Para o frio sombrio o arrasta
Golpeando no seu coração
Uma cruel e afiada lamina
O que será da vida
Deste ser miserável
Que uma poesia tristonha ladra?
Nenhuma mão há de acariciar
Seu corpo machucado
Que mesmo dolorido, não para de sonhar