Deitada no Azul...
As tintas rubras espremidas de alguns restos de palavras sutis
me rodeiam...
Sou esboço deitada no fundo azul de uma tela esquecida.
Qual a luz natural adentra a fresta de janela trincada
e tenta levantar quase nada do meu olhar entristecido.
Reparo o sol aberto amarelar as folhas
com suas carícias em alvoroço:
- Você está para chegar.
E de repente, de fora do presente, apenas lembro:
- O hoje nao há!
Retornar não dá!
Em lágrimas silenciosas,
insistentes em subir pela garganta vazia e vazar nos cantos das minhas alegrias, sinto falta dessa tarde que me banha e escorre rumo ao mar sem margens... Cujo fundo veio para ser mundo.
Observe...
Tem uma lua no céu!
Repare...
Tem outra lua no mar...
... Que se acende feito um fósforo, é tarde!