Penso demais, bem sei...
Brincando com os fios de meus cabelos,
Seda vermelha,
Entre meus dedos a deslizar,
Fico perdida a pensar
No que me aguarda ao nascer do dia...
Queria um sinal,
Uma estrela para me guiar...
Não esse aperto incomodo no peito,
Essa sensação de que tudo está prestes a mudar
Sem que eu consiga controlar...
Meu mundo anda meio confuso,
Estou perdida em uma selva de pensamentos.
Abandonei os tormentos,
Mas acho que,
Ando pensando demais...
Em porquês,
Em pra quê,
No jamais...
Tenho pensado no que já foi,
No que estava vindo
E no que nem começou.
Penso demais, percebo...
Fico deitada na cama,
Tecendo mil possibilidades no ar...
Nenhuma me angustia,
Nenhuma me provoca...
Mas o aperto no peito...
Esse vem, sem que eu consiga evitar.
Penso em coisas que não quero pensar,
Penso em fatos que não me lembrava mais...
Penso em tudo que queria esquecer,
Em coisas que quero deixar para trás,
De uma vez por todas...
Lembro de desilusões,
De desfeitas bodas...
Mas não em um ponto de vista sentimental...
Ando crítica até demais.
Vejo o que passou como quem encara um livro desinteressante,
Mas que estou sendo obrigada a ler...
Talvez para compreender
Coisas que foram,
Fatos que vem,
Sonhos que envolvem fatos que ainda não se realizaram.
Penso demais,
Bem sei...
Coisa de mulher insone,
Que fica a analizar a própria vida,
Conforme vai se desfazendo de dores,
Desilusões, desamores...
Me perco um pouco,
Antes de me encontrar novamente,
Mais adiante...
Uma leve tristeza,
Fruto de uma breve nostalgia
Enche o ar...
Antes de desvanecer e tudo mudar...
Antes de ser carregada pelo vento.
Fecham-se os olhos
Adormece o pensamento...
Findam os devaneios,
Tudo se reduz a um minúsculo fragmento
Escrito as pressas,
Para não se perder com o sono a chegar.
E no dia seguinte,
Só resta a poesia rabiscada,
Escrita antes de,
Aos braços de Morfeu,
Eu me entregar.