A máscara

Ás vezes me pergunto porque escrevo sobre tristeza...

Acho que é pela incerteza que a minha vida vive a rondar...

Incerto viver, agonizante amar...

Tudo isso entristece, sufoca...

Grito trancado na garganta,

Lágrima que se recusa a ser derramada...

Máscara pesadamente afivelada...

Afinal, se nunca quiseram ver,

Porque justo agora vou mostrar?

Dor que me rói,

Que se recusa a passar,

Que me enlouquece,

Que deixa a alma dormente...

Não me chegava o corpo, doente...

A mente resolveu definhar.

Eu queria uma anestesia geral,

A máscara arrancar...

Sumir no tempo e nunca mais voltar...

Eu sei que não estou certa,

Mas a escolha não é de todo errada?

Para que viver pela metade,

Porque lutar por um chance em um milhão

Se mal me bate o coração?

Ele já foi fogueira incandescente

Mas hoje é brasa apagada.

Cinzas mortas,

Que não servem pra nada...

Apenas uma constante lembrança do esplendor de outrora...

O que eu espero agora...?

É o que me pergunto quando removo a pesada máscara,

Que a minha verdadeira face está a marcar...

Máscara de riso, que cobre um rosto a chorar...

Falsa alegria, encobrindo a agonia...

Não há nada a fazer,

A não ser esperar...

Que a dor que me rói me dê alforria,

Que se canse de mim e vá pra outro lugar...

Se não fosse a certeza de que o inferno

É igual este maldito viver,

Este vazio dia-a-dia,

Se não fosse covardia,

Não teria hesitado...

A morte teria me entregado,

Para minha passagem logo encerrar.

Zannah
Enviado por Zannah em 28/10/2008
Código do texto: T1253257
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