A máscara
Ás vezes me pergunto porque escrevo sobre tristeza...
Acho que é pela incerteza que a minha vida vive a rondar...
Incerto viver, agonizante amar...
Tudo isso entristece, sufoca...
Grito trancado na garganta,
Lágrima que se recusa a ser derramada...
Máscara pesadamente afivelada...
Afinal, se nunca quiseram ver,
Porque justo agora vou mostrar?
Dor que me rói,
Que se recusa a passar,
Que me enlouquece,
Que deixa a alma dormente...
Não me chegava o corpo, doente...
A mente resolveu definhar.
Eu queria uma anestesia geral,
A máscara arrancar...
Sumir no tempo e nunca mais voltar...
Eu sei que não estou certa,
Mas a escolha não é de todo errada?
Para que viver pela metade,
Porque lutar por um chance em um milhão
Se mal me bate o coração?
Ele já foi fogueira incandescente
Mas hoje é brasa apagada.
Cinzas mortas,
Que não servem pra nada...
Apenas uma constante lembrança do esplendor de outrora...
O que eu espero agora...?
É o que me pergunto quando removo a pesada máscara,
Que a minha verdadeira face está a marcar...
Máscara de riso, que cobre um rosto a chorar...
Falsa alegria, encobrindo a agonia...
Não há nada a fazer,
A não ser esperar...
Que a dor que me rói me dê alforria,
Que se canse de mim e vá pra outro lugar...
Se não fosse a certeza de que o inferno
É igual este maldito viver,
Este vazio dia-a-dia,
Se não fosse covardia,
Não teria hesitado...
A morte teria me entregado,
Para minha passagem logo encerrar.