O corcel

O vento frio assobia em seus ouvidos

Enquanto afrouxam-se as rédeas

E o corcel, indomável, preciosa carga leva...

Uma dama alva,

Cuja cabeleira ruiva se abre em leque...

Cascata de fogo,

Que se espalha no ar...

Em meio a louca disparada,

Ele se recusa a pensar...

Deixa o vento secar as lágrimas,

E a leva

Ao longe e além...

Ele entende sua senhora como ninguém...

Sabe do que ela necessita

Para sua alma descansar...

E decidido, redobra o cavalgar,

Levando-a para um refúgio sagrado...

Em meio ao silêncio do descampado,

Existe uma mata que o tempo esqueceu...

Uma trilha tão velha quando aquela terra,

Que leva a um lugar

Onde um coração em guerra

Pode um pouco de paz desfrutar...

E após enveredar-se na velha trilha,

Percorrendo-a em cautelosas passadas,

O corcel estaca diante das pequenas enseadas

Formadas por uma pequena cachoeira,

Onde as fadas vem brincar...

E sua senhora desce e

Ele fica a velar,

Enquanto o leque de cabelos rubros

Se tornam uma mancha a flor da água...

E paciente o corcel espera

Que a cachoeira lave as mágoas

Que sua senhora, aos olhos de todos,

Se recusa a demonstrar...

Por dois longos dias

Ele a viu chorar

Escondida, em diversos momentos...

Baixos soluços, abafados pelos ventos...

Lágrimas amargas seu pescoço a molhar.

É por isso que ele cavalgou,

Loucamente,

Sem que fosse necessário incitar...

Tem saudade do riso,

Da alegria e do canto de sua senhora...

Do verdadeiro,

Não da máscara que ela usa agora,

Para dor que a consome ocultar.

Zannah
Enviado por Zannah em 27/10/2008
Código do texto: T1251078
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