As cartas

Cartas que chegam,

Por mãos apressadas...

Pequenas, amarfanhadas...

Sempre de outros,

Nunca tuas...

Por que me irrito e as retorço,

Em minhas mãos nuas?

É pelo não vir

Ou pelo meu esperar?

A correspondência que chega

E sempre a mesma...

Nunca se altera,

Não muda...

O que me faz definhar.

Anúncios, contas, pedidos....

Após os lacres partidos,

Resta-me apenas delas me desfazer

Ou guardar:

Não há nada ali para me alegrar.

Como o corvo de Noé,

Para mim é o carteiro...

E eu?

Quando me tornei esta triste oliveira?

Por quanto tempo

Pela pomba irei esperar?

Zannah
Enviado por Zannah em 09/10/2008
Código do texto: T1220122
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