Lembranças Ocultas
Nesta noite fria de inverno,
O vento corta o meu rosto,
Feridas abertas do passado,
Sentimentos ocultos expostos.
Preciso me entorpecer,
Me embriagar,
Abraçar o mundo,
Somente a solidão,
Me trás refúgio.
Eu sou uma criatura noturna,
Vago na noite, na relva, na chuva,
Sempre estarei a tua procura,
Minha amante inevitável, Oh Lua!
Estou no cemitério,
Andando pelos túmulos,
Sou um mero mortal,
Apenas um ser soturno.
Me sinto triste, me sinto só,
Um copo de de vinho ao meu redor,
Cartas de um baralho à mesa,
Outro copo de vinho afaga a minha tristeza.
Me sinto preso, como um pássaro em uma gaiola,
A solidão me abate, me destrói, me devora,
Vejo o mundo lá fora, alimentando sempre o desejo,
De ser livre como outrora... Voar, contemplar o céu,
Ir embora...
Sou um grão de areia, nesse mundo tão vasto,
Mísera poeira cósmica, um rastro no espaço,
Pergunta-me amigo, da vida o que faço,
E lhe responderei: Da vida, eu me cansei,
Mas da morte meu amigo, apenas o seu abraço...