PARTIDA
Se Eu Partisse Amanhã
(Sócrates Di Lima)
Pobre coração...
Chora triste ao ouvir a canção,
Que fala do amor, da esperança,
Da solidão!
Este meu coração angustiado, marcado.,
Vida consumida, pensamento adormecido.
Compreenda-me, eu quero amar....
Será que alguém me vê, me percebe?
Ou será que me esqueci no tempo.
Alguém que me amou, me esqueceu?
Alguém que me encontrou,
Já me perdeu?
Ou alguém que me recebeu,
Já me expulsou.,
Pôs-me para fora de seu coração,
Como verme rejeitado e apodrecido!!!
Que faço se não compreendi,
Que faço se não correspondi!
A alguém que me amou e eu esqueci.
E, perdi...
Perdi o que pensei ter a vida inteira.
Se eu partisse amanhã,
Morresse no silêncio do meu tédio,
Não seria percebido nem teria assédio.
Se a vida me fechasse às portas.,
Não seria motivo de choro para ninguém...
Eu teria que caminhar sozinho,
Até minha última pousada,
E, saber que em toda minha jornada.,
Não fui prata, ouro ou brilhante.
Fui pedra enrijecida e fosca.,
Sem lembranças., sem versos escritos.
No passado, nada fui.
No futuro, nada serei,
Pois, nem mesmo sei quem sou.
Sento sobre meus anos.,
Olho no espelho os cabelos brancos.,
Pele incrustada, enrugada e feia.,
Faz-me homem triste, moribundo, talvez.
Tenho ânsia do choro,
Medo de ser uma historia qualquer.,
Medo de ser duna de areia,
Medo de ser árvore seca em terra queimada.
Eu quero uma historia para contar.,
Eu quero escrever minha vida.,
Eu quero que na despedida.,
Pelo menos na partida.,
Uma lágrima encerre minha lida.
Não quero ser tristeza.
Quero apenas ser lembrando,
Pelos momentos nobres, nas memórias da saudade.
De alguém que por certo viveu,
Nas sombras da minha vida.