Menino de Rua
Do norte ao sul,
Do Xipamanine ao Zimpeto,
Meu Maputo,
Do bairo do aeroporto,
Onde a terra,
Feita de areia,
Acolhia meus pes descalços,
Com a roupa surrada de,
Trepar muros,
Subir mangueiras,
Descalços percorrendo,
Ate ao bairro da Sommershield,
Onde estradas alcatroadas,
E esburacadas,
Acolhiam meus pés doloridos,
E calejados,
Onde em busca de um,
Pedaço de pão, caminho,
Meus pes sem destino caminham,
Entre os semaferos,
Vou esticando a minha mão,
A espera da esmola,
De sol a sol,
Eu menino de rua,
Vendo a verdade,
Estampada na cara,
Em noites de vento,
E chuva procuro me abrigar,
Mas so me vejo coberto de,
Caixas de papelão para espantar o frio,
E a barriga a roncar de fome,
De chuva a chuva,
Eu menino de rua,
Privado da educação,
Eu menino de rua,
De avenida a avenida,
Procuro guardar carros,
Para poder ter o pão,
Onde em larapio me transformo,
Para facilmente ganhar o pão,
Cansado de caminhar,
Eu menino de rua,
Choro, por um prato de xima,
Com caril,
Por um teto,
Para me esconder da chuva,
Por uma coberta para me tirar o frio,
Do Malhazine ao Benfica
Caminho eu menino de rua
Em busca do meu Futuro
Num farrapo me torno,
Em busca de uma vida melhor,
Mas sou sempre lembrado como,
Menino de rua