Ciclo da lágrima

O choque causa o abalo

Estremece uma mente sadia

Que buscava achar um guia

Descobrir a razão de estar-se calado

O rosto, límpido, é quebrado

Luz cristalina, nos olhos, é concebida

Vai lavar a alma partida

Que outrora ria com o coração amado.

A lágrima cai por entre montanhas

Conhecendo o ódio e o amor

Transforma-se em rio de dor

Embora pequena, embora branda...

Que adianta ter sonhos?

Conceber esperanças figuradas?

Se a imagem, ela sempre, em mente fixada

Mistura saudade e vontade de escapar?

Não adianta, o amor corrói

O ciclo da lágrima obedece

Se antes, nos olhos, ela nasce

Agora o choque na alma a constrói.