Fim da linha
Coisas quebradas, copos caídos.. desordem.
Por que você teima em me ferir, mesmo estando em silêncio?
Pratos acumulados numa cozinha sem porquê.
Todos os nossos presentes de casamento empilhados nos meus sonhos vazios...
um acúmulo de vazios acumulados mais pela tua presença que pela falta.
Lágrimas contidas...
A aliança esquecida numa gaveta, guardada..
como se a qualquer hora as coisas fossem levantar dos escombros,
do nosso fim.
Buracos, buracos profundos...
Uma sensação de solidão,
tendo você perto.
Nossos olhares se descruzam, fáceis;
Nossas palavras se negam, ágeis;
como numa briga sem fim.
O amor acabou?
o amor existiu?
O amor amou?
Lágirmas, contidas...
Os olhos secos, de dor;
de indignação,
de ver...
de ver, querido..
meu resto de ternura aberto em chamas.
Versos...
uma tristeza indizível,
intraduzível;
um verso vazio;
nem branco, nem tampouco livre...
amarrado, amarelado pelos meus olhos olhando pro infinito....