CALAMIDADE
Nessa esperança que já se faz amarelecida...
Em todo o pensamento que é mais que tentador,
a aragem empurra os sonhos pelo rio da vida.
O dia mal amanhece e ainda é possível sentir
o frescor da noite que não esconde o calor
dos sonhos que ao crepúsculo vieram colorir.
Mas, uma nuvem contaminada e teimosa
traz consigo um clima seqüestrador
que tira o brilho da manhã e a faz silenciosa.
E no berro belicoso da taciturnidade
resta um rasgo de inesperada dor
na ternura que se faz calamidade.