Para o amigo morto.
Fiquei sabendo que você morreu.
Não pude acreditar nem vendo,
tocando seu rosto inerte e frio
com minhas mãos.
O rosto que disseram ser o seu.
Me contaram que você morreu.
E eu vi seu corpo baixando a sepultura,
também cobri de terra seu caixão,
mas mesmo assim comi o bife bem passado,
com batatas fritas,
acebolado.
Me falaram que você morreu,
falaram mesmo, com insistência,
porque eu não queria acreditar.
Falaram tanto que fiquei na dúvida
pois você nunca mais apareceu
nem escreveu
e, se telefonou, ninguém contou.
Me afirmaram muitas vezes este fato
e li o necrológio com seu retrato,
marcando o tempo em que viveu.
Sei ou não sei?
To be or no to be
também é a questão.
Depois dessa notícia
assim de sopetão,
eu penso muitas vezes
neste mundo ilusório
que, da vida, quem partiu
não foi você, mas sim, eu.
Fiquei sabendo que você morreu.
Não pude acreditar nem vendo,
tocando seu rosto inerte e frio
com minhas mãos.
O rosto que disseram ser o seu.
Me contaram que você morreu.
E eu vi seu corpo baixando a sepultura,
também cobri de terra seu caixão,
mas mesmo assim comi o bife bem passado,
com batatas fritas,
acebolado.
Me falaram que você morreu,
falaram mesmo, com insistência,
porque eu não queria acreditar.
Falaram tanto que fiquei na dúvida
pois você nunca mais apareceu
nem escreveu
e, se telefonou, ninguém contou.
Me afirmaram muitas vezes este fato
e li o necrológio com seu retrato,
marcando o tempo em que viveu.
Sei ou não sei?
To be or no to be
também é a questão.
Depois dessa notícia
assim de sopetão,
eu penso muitas vezes
neste mundo ilusório
que, da vida, quem partiu
não foi você, mas sim, eu.