"Manta de retalhos"

Quando a saudade em mim bateu,

Abri o roupeiro onde ela guardava,

As lindas roupas perfumadas de festas.

Cada peça tem a história de uma vida,

Que ficou guardada como recordação.

Ao vê-los, agora, em mim desperta,

Uma vontade imensa de voltar a tê-la.

Com uma força, que de mim se apodera,

Fui transformando o vestuário em retalhos,

Como um mapa a demarcar nossos caminhos,

Que na lembrança fui revendo de mansinho,

Todos os momentos em que ela os usara...

Fui costurando, pedacinho por pedacinho...

Cada retalho desta manta que me aquece,

Tem o perfume do amor que não se esquece.

Quando eu morrer, quero que seja a mortalha,

A cobrir minh'alma inerte, mas aquecida...

Quando encontrá-la, novamente em outra vida.

WILSON FONSECA
Enviado por WILSON FONSECA em 26/02/2008
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