DIA DE FEIRA, DIA DE FESTA (na Praça Sete)

Aromas, sabores e cores invadiam a praça

manhã de sábado: dia de feira, dia de festa

lonas ao chão

velhas bancas de madeira desordenadas

verduras, frutas, temperos, multidão

fascinante era a dança dos bocapius

nos corredores estreitos e labirínticos

buscando narrativas, saberes e crenças:

um é três, dois é cinco

faz três por cinco?

eu, deslumbrado, ziguezagueava...

corpos se misturavam...

trocas intensas...

ritmo próprio...

território singular...

feirantes, fregueses, passantes

e aí, vai levar?

gritos, frases, gestos, olhares

desejos, gracejos e trapaças: ginga da vida

(ou não)

pode olhar aí, freguês, é mercadoria de primeira

(todos precisam fazer a feira)

vai uma garrafada do elixir sertanejo aí?

a salsa caroba janaúba só não cura a saudade

de quem, livre, não viveu a feira.

Paulo Bibiano
Enviado por Paulo Bibiano em 07/02/2024
Código do texto: T7993794
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