DIA DE FEIRA, DIA DE FESTA (na Praça Sete)
Aromas, sabores e cores invadiam a praça
manhã de sábado: dia de feira, dia de festa
lonas ao chão
velhas bancas de madeira desordenadas
verduras, frutas, temperos, multidão
fascinante era a dança dos bocapius
nos corredores estreitos e labirínticos
buscando narrativas, saberes e crenças:
um é três, dois é cinco
faz três por cinco?
eu, deslumbrado, ziguezagueava...
corpos se misturavam...
trocas intensas...
ritmo próprio...
território singular...
feirantes, fregueses, passantes
e aí, vai levar?
gritos, frases, gestos, olhares
desejos, gracejos e trapaças: ginga da vida
(ou não)
pode olhar aí, freguês, é mercadoria de primeira
(todos precisam fazer a feira)
vai uma garrafada do elixir sertanejo aí?
a salsa caroba janaúba só não cura a saudade
de quem, livre, não viveu a feira.