Teu existir
Sou como areia,
levado ao vento,
no sopro vou desmanchando,
pairando,
ficando, nestas partes,
que de ti,
tem eu.
De grão a grão,
viro um amontoado,
vivido, sentido.
Em muitas emoções,
do eu que passou,
deixou, de si,
não mais do que vivi.
Daqueles, sou o senti,
daquilo bem profundo eu vivi,
Ínfimo do tempo,
pois ali dentro eu vivi.
Não mais para sai, deste que fui preso,
nas lembranças da tua cabeça,
e, na ternura do coração,
te pertenço,
estou no teu existir!
Tomai,
deste grão de areia,
em si,
que de um sopro fui teu existi,
deste,
pedaço, rasgado,
ficou apenas o sopro do vento.
Que por toda parte,
deixou parte de mim.