GATILHO

Tua lembrança virá indefinida: tempo-espaço

e virá sempre, passageira do perpétuo laço

que caminha conosco, alheia ao desencontro.

Sejam essas horas um esforço do devaneio

segui-la-ei senciente até o pescoço,

ainda que doloroso, pelo lapso passageiro.

É lá meu veraneio, a parte que bebes comigo,

quando éramos amigos, o que não bastou,

tão rápido cessa que no rastro desse gatilho

escombros de cervejas, flashs do que passou.

Despeço-me sabendo te encontrar mais tarde,

nas coisas da nossa idade, no mundo sumindo.

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 13/07/2021
Código do texto: T7298587
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