GATILHO
Tua lembrança virá indefinida: tempo-espaço
e virá sempre, passageira do perpétuo laço
que caminha conosco, alheia ao desencontro.
Sejam essas horas um esforço do devaneio
segui-la-ei senciente até o pescoço,
ainda que doloroso, pelo lapso passageiro.
É lá meu veraneio, a parte que bebes comigo,
quando éramos amigos, o que não bastou,
tão rápido cessa que no rastro desse gatilho
escombros de cervejas, flashs do que passou.
Despeço-me sabendo te encontrar mais tarde,
nas coisas da nossa idade, no mundo sumindo.