DESENHEI E COLORI MEU AMADO SERTÃO

Izaías Veríssimo de Castro - 23/10/2020

A paisagem do meu sertão tão desolada

Quase sem água, do verde tão escassa, coitada!

Sem sombra do dia, sem alegria da passarada

Tanto eu pensei triste ali, vendo tudo sem brilho

Veio na mente a lindeza da temporada passada

Onde tava tudo em festa, tudo multicolorido...

Enxerguei maravilhas pelos olhos dos anjos

Senti o frescor no ar vindo das águas da imaginação

No transcender da voz do vento, em murmurinhos

Atentei e ouvi o cantar contagiante dos passarinhos

Ah, ah meus olhos da imaginação...

Vi tanta gente sorrir, tantos bichos felizes ali

A andar, correr, a nadar, a rastejar, a saltitar

Vi um casal colhendo flores, um ao outro se presentear

Vi lá no alto da serra aquela cachoeira linda

Sua água fria e cristalina a descer em neblina

Em harmonia se misturando aos raios do sol

Formando um lindo arco-íris lá no alto da campina

Pelas premissas do tempo, tão pontual no meu sertão

A chuva demorará e eu ansioso pra ver tudo voltar

Lembrei dos tempos de criança, da escolinha infante

Onde a arte em mim nascia e era tão pulsante...

Peguei tela, pincéis e tintas e ali mesmo sentei

Transpassei o horizonte da imaginação

E rico de fauna, rico de flora, rico de amor

Sortido de amigos, todo mundo sorrindo

Alheio à tristeza, alheio à angústia

Sem nada que aflija o meu coração...

Desenhei e colori o meu amado sertão

Záias Castro
Enviado por Záias Castro em 23/10/2020
Reeditado em 23/10/2020
Código do texto: T7094535
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