AUSÊNCIA

Devo me contentar em esquecê-lo

Paixão inesperada, traiçoeira,

Mordeu-me o coração como serpente sorrateira,

E deixou em mim seu veneno mortal.

Veneno que se espalhou aos poucos,

Num coração "escolado",

Já magoado e ferido,

Há anos sofrido, despedaçado!

Remendado porém, e mesmo com a "cola" da experiência,

Não resistiu tão bem a armadilha fatal.

Num lampejo de sanidade e sobrevivência,

Tentou, desesperado, escapar deste mal.

Porém, mais uma vez precisa se refazer, esquecer.

E curar o "ferimento" com a bênção do esquecimento.

Buscar o amigo de sempre: o TEMPO.

Que tudo leva, tudo apaga, tudo cura.

É ele, e só ele, com quem conto, incansável!

Mas ai desta saudade,

Que um dia irá se fazer...

Daí será mais importante a razão, surgindo iminente,

Tendo a seu lado o amigo tempo, que então, e para sempre,

Levará tudo até se desvanecer...

Cássia de Castro
Enviado por Cássia de Castro em 21/09/2020
Reeditado em 23/09/2020
Código do texto: T7068963
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