DA JANELA DO QUARTO
DA JANELA DO QUARTO
Olho da janela do quarto,
Vejo o despontar da lua,
Desfraldo o teu retrato,
Contemplo a deusa de minha rua.
Date no peito uma saudade,
Dos tempos bons de outrora,
Quando eu tinha felicidade,
A todo dia, a qualquer hora.
No meu rosto uma lágrima rola,
Uma grande emoção me invade,
Finjo que não dou nem bola,
Mas, toma conta a saudade.
A saudade de ti me mata,
Mas, contudo, sofro calado,
Sinto-me como um vira-lata,
Por seu dono abandonado.
Ninguém sabe do meu sofrer,
Não revelo para ninguém,
Mas, se amanhã eu morrer,
Jamais, esqueço de meu bem.
Fortaleza, 29/02/2020.