Remoto

É tarde da noite,

O sono me falta,

Martelo e foice

Comunista de casa

Os pensamentos sorrateiros,

Tomam conta de meu ser,

Memórias de um passado certeiro,

Onde costumo me perder,

E as estrelas se alteam,

Sem o brilho do luar,

E os grilos que salteiam,

Do silêncio o farfalhar....

Espero que me levem daqui algum dia,

Espero que consiga superar,

Das fugas noturnas, tardias,

Mortandade de meu ser a rezar...

Mas o que faz de mim um pecador?

O anseio pela morte e o fim...

Embora eu não seja o único cheio de pudor,

O exílio toma conta de mim

[Aí de mim, aí de mim

E a brisa que afaga meu peito,

Bate em minha face tristonha,

Da janela onde olho sem jeito,

A noite triste lá fora

[A beleza dói.

E barulho do ventilador a rolar,

Acompanha minhas lágrimas quentes,

Quem me derá eu, um dia poder voltar,

As primícias de minha infância eloquente

[Aí de mim, aí de mim.

Mas o sono vem violento,

Bater em meus olhos pesados,

E como meu vazio sedendo,

Me leva de volta ao outro lado.

A insônia se vai ao amanhecer.

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 17/09/2020
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