Remoto
É tarde da noite,
O sono me falta,
Martelo e foice
Comunista de casa
Os pensamentos sorrateiros,
Tomam conta de meu ser,
Memórias de um passado certeiro,
Onde costumo me perder,
E as estrelas se alteam,
Sem o brilho do luar,
E os grilos que salteiam,
Do silêncio o farfalhar....
Espero que me levem daqui algum dia,
Espero que consiga superar,
Das fugas noturnas, tardias,
Mortandade de meu ser a rezar...
Mas o que faz de mim um pecador?
O anseio pela morte e o fim...
Embora eu não seja o único cheio de pudor,
O exílio toma conta de mim
[Aí de mim, aí de mim
E a brisa que afaga meu peito,
Bate em minha face tristonha,
Da janela onde olho sem jeito,
A noite triste lá fora
[A beleza dói.
E barulho do ventilador a rolar,
Acompanha minhas lágrimas quentes,
Quem me derá eu, um dia poder voltar,
As primícias de minha infância eloquente
[Aí de mim, aí de mim.
Mas o sono vem violento,
Bater em meus olhos pesados,
E como meu vazio sedendo,
Me leva de volta ao outro lado.
A insônia se vai ao amanhecer.