CÃO DE GUARDA
Num recanto lá da serra
Deixei meu pedaço de terra
E meu rancho abandonado.
Deixei tudo que tinha,
Por causa da idade minha,
E vim morar no povoado.
Que saudade do ranchinho
Que deixei lá sozinho
Naquele ermo sertão!
Saudade da verde floresta
Onde pássaros fazem festa
Na margem do ribeirão!
Saudade do meu roçado
E do meu cão estimado
Que estava sempre comigo!
Pulava por todo lado,
Era muito dedicado,
Um verdadeiro amigo.
Todo dia de manhãzinha,
A mulher lá na cozinha,
O café ia nos servir.
Naquela exata hora,
O cão do lado de fora
Começava logo a latir.
Parecia anunciando
Que já estava chegando
A hora do trabalho.
Saía alegre pulando,
Sempre me acompanhando
E se molhando no orvalho.
Eu levava um baixeiro,
Onde ficava o dia inteiro
Deitado e me guardando.
Ele não se distraía
E nem tampouco dormia,
Estava sempre me olhando.
Ninguém me fazia mal,
Nem mesmo um animal
Atrevia-se a me ofender.
Era o meu cão de guarda,
Sempre na retaguarda,
Pronto pra me defender.
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